Iniciaremos a oficina com uma roda de conversa sobre os usos das tecnologias digitais. Daremos atenção especial aos jogos digitais que expressam conteúdo violento ou que estimulam em excesso a competição, gerando jogadores viciados que pouco desenvolvem atividades físicas e/ou criativas.
A prática do jogo de xadrez, já bastante difundida, será revisada como campo fértil para possibilidade de jogo que desenvolve raciocínio lógico e criatividade, com e sem o uso das tecnologias digitais. Discutiremos essa possibilidade dentro das escolas da rede estadual, como prática pedagógica de extensão universitária, com os alunos de licenciatura.
Apresento a proposta que o jogo de xadrez, um jogo que remete ao período medieval de guerras entre monarquias, pode ser revisado numa perspectiva inclusiva e moderna, sem que alteremos substancialmente seu conteúdo. Nessa perspectiva, pretendo chamar atenção para duas questões principais: o lugar do negro na sociedade moderna e o contexto histórico da formação da população brasileira; e também o lugar da mulher nessa sociedade e como esse papel tem mudado nos dias atuais.
Assim, uma vez iniciados no jogo de xadrez, as crianças e jovens das escolas públicas terão a oportunidade de transformar a linguagem simbólica do xadrez sem alterar suas regras lógicas fundamentais.
Dessa maneira, e com pequena adaptação nos símbolos, crianças e jovens negros poderão iniciar o jogo com as peças pretas; e as meninas, moças e mulheres, terão a oportunidade de jogar usando a rainha como peça principal, intercambiando as funções das peças rei e rainha dentro do jogo, experimentando assim, sua representação como indivíduo dentro do jogo.